tag:blogger.com,1999:blog-85533883486508799522024-03-21T21:28:29.762-07:00Escola x Discriminação RacialProfessores indignados e passíveis!!!Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-42709157023487828302010-11-27T17:16:00.000-08:002010-11-27T17:19:28.854-08:00A posição dos professores frente a discriminação racial<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"> </div><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06hA26PqBgLaRQSuEl6FanbtkXhckyVII2urzZMGHVAyvSILQpTKsqq1ZByAOOfaLcQovfmOyVUSwnDo9pmw9B3jmdiJgPgrypuZFTNww-R_MOip69VXCMXzr8ZGF-GCL7dGLuGiBShM/s1600/Democracia%252520Racial%252520-%252520BRASIL%252520ESCOLA.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" height="213" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06hA26PqBgLaRQSuEl6FanbtkXhckyVII2urzZMGHVAyvSILQpTKsqq1ZByAOOfaLcQovfmOyVUSwnDo9pmw9B3jmdiJgPgrypuZFTNww-R_MOip69VXCMXzr8ZGF-GCL7dGLuGiBShM/s320/Democracia%252520Racial%252520-%252520BRASIL%252520ESCOLA.jpg" width="320" /></span></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Não há como que em face da exclusão social que atinge a maioria da população brasileira, e que um sentimento de indignação entre os educadores é crescente. Porém por mais contraditório que possa parecer, essa indignação não é a mesma quando nos referi-se ao racismo. Não é tão fácil assim sensibilizar professores e professoras diante da questão racial.</span><br />
<a name='more'></a></div><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Existem vários motivos que podem determinar esta situação , um deles são as desigualdades raciais que acontecem historicamente na sociedade brasileira, aos poucos, sendo naturalizadas. Esse processo contribuiu para a produção de uma reação perversa entre nós: ao serem pensadas como processos naturais, essas desiguldades tornaram-se imperceptíveis. E mesmo quando as percebemos, muitas vezes não reagimos a elas, pois nosso olhar docente e pedagógico está tão acostumado com essa realidade social e racial na escola, que tendemos a neutralizá-la e não a questionamos.</span><span style="font-family: Arial;">Nós nos acostumamos com a ausência do negro e da negra nos cargos dirigentes e de poder em nossa sociedade e achamos normal vé-los pouco representados na mídia e na escola.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Dentro da lógica da naturalixação das coisas, mesmo quando percebemos a existência das desigualdades e dos conflitos raciais, criamos as mais diversas justificativas para encobri-los.Torna-se comum, no Brasil, especialmente na escola, julgar e tratar uma situação de discriminação racial como questão de ordem socioeconômica, emocional, dificuldade de aprendizagem, intolerância ou como resultado de uma família desestruturada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na escola, a naturalização de características socialmente constrídas não contribui em nada na construção de uma pedagogia da diversidade e acaba reforçando os seculares preconceitos contra o negro. Várias pesquisas sobre os mecanismos de discriminação presentes nas práticas pedagógicas têm criticado a exclusão sistemática de temas relativos à história e á cultura negra dos currículos escolares, a maneira estereodipada e preconceituosa com que o negro é apresentado nos livros didáticos e os seus efeitos danosos para a construção da identidade de alunos, alunas e docentes negros.</span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Por isso professores que desejam sair do lugar do imobilismo no que se refere à questão racial, desnaturalizando as deigualdades raciais e construindo-se como sujeitos que indignam com as práticas discriminatórias, terão que fazer uma avaliação do material didático utilizado quanto à representação do negro. Além disso, precisarão empreender a aterefa de reeducar o seu sentimento de indignação com a desigualdade social já existente, porém numa perspectiva racial.</span><br />
<br />
Escrito por Nilma Lino Gomes<br />
Práticas pedagógicas e questão racial: o tratamento é igual para todos/as?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-41961169826967023982010-11-27T13:26:00.000-08:002010-11-27T14:40:13.619-08:00Pensando e repensando a questão racial no Brasil<span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5t5c6hLzzoHNwwSgdbnne8sQeZeYQU84Pxuu9yASiaD8UcALOYopfGUyHl8o2H9aB9kHybrJCbn08wMba4pIiXj7XF7SkmQsavSCTmNhqPicppVS1naT1uX7W-1NDjsy_VvAbDMy11x4/s1600/lg_racismo.gif" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5t5c6hLzzoHNwwSgdbnne8sQeZeYQU84Pxuu9yASiaD8UcALOYopfGUyHl8o2H9aB9kHybrJCbn08wMba4pIiXj7XF7SkmQsavSCTmNhqPicppVS1naT1uX7W-1NDjsy_VvAbDMy11x4/s200/lg_racismo.gif" width="161" /></a></div><div style="text-align: justify;">Existe um passado que o Brasil faz questão de esquecer, que não aparece nos livros e não é contado nas escolas. Por muito tempo o disfarce da 'democracia racial' escondeu a realidade dos morros, das disparidades no acesso à educação, ao trabalho e a tantos outros campos do dia-a-dia do país. O Brasil começa a mostrar a sua cara com a gradual desconstrução da fantasia do paraíso racial. </div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Existe uma enorme dificuldade em se admitir que o Brasil ainda mantêm fortes traços de uma sociedade racista; pois, afinal, o racismo é um mal cruel e inaceitável e ninguém quer ser identificado com tão perverso atributo. Entretanto, as mais diversas estatísticas demonstram claramente a falácia da idéia oficial de "democracia racial" no Brasil. Tais dados mostram uma realidade perversa, a de "um país, duas nações", onde negros, aqui chamados pretos e pardos, além de literalmente mais de uma centena de outras variações de cor, aparecem em situação de exclusão social: os negros compõem as altas taxas de analfabetismo, dos que vivem em miséria, da grande massa dos que recebem o salário mínimo e que agora engordam as estatísticas dos desempregados. Apesar de tão desconcertante situação, poucos são ainda os que se aventuram a tratar abertamente a questão.</span><br />
<a name='more'></a></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> O Brasil é o país com a maior população negra fora da África; são cerca de 80 milhões de pessoas; mas estranhamente não estão nas universidades, não ocupam postos políticos de alto e baixo escalão, não são nem empresários nem grandes proprietários rurais, não figuram nas propagandas, não estão nos postos de comando das Forças Armadas - parecem mesmo não ser coisa alguma, com poucas exceções. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Na raiz destas disparidades estão os processos históricos de exploração econômica e humana, cujas estratégias de dominação incluíram dentre outras coisas, a supressão da história do povo oprimido, a queima de seus livros, a destruição de seus monumentos e o desaparecimento de seus heróis, além da obrigatoriedade do aprendizado da história do povo dominante. Ainda que tal processo possa ter sido implantado de forma inconsciente, este foi o modelo usado no processo de escravização dos povos africanos e das populações ameríndias. Seus heróis, seus valores, sua cultura, sua concepção de mundo foram finalmente pulverizados e transformados em matéria prima do folclore. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> O "eurocentrísmo', a visão de mundo a partir da perspectiva européia, fez com que a vasta maioria dos livros e enciclopédias não registrassem a história das grandes civilizações africanas, à exemplo do grande Império de Mali, de cuja influência havia se beneficiado metade do mundo civilizado do século quatorze. Seu ouro foi o combustível comercial do mundo, proveu metal para as primeiras moedas da Europa, desde os tempos de Roma. Timbuktu, a capital de Mali, foi descrita um século e meio mais tarde por Léo, o Afficanus, como a cidade do conhecimento e letras. Ele havia notado o grande mercado de livros manuscritos e chegou a relatar que mais lucro se fazia da venda de livros que de qualquer outra mercadoria. Apesar da imponência e grandeza de tal império, sua história continua esquecida nos livros escolares. O mesmo modelo de obnubilação da memória e aniquilação cultural se repetiu nas Américas, no caso das civilizações Maya e Asteca; um processo que teve seu inicio com a chegada de Colombo (1492) e ainda se arrasta até o presente dia. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Raramente se encontram nos atuais livros escolares e enciclopédias a simples menção do grande Império Asteca, cuja capital Tenoclitifián, tanto impressionou os primeiros espanhóis, tendo levado Bernal Diaz del Castillo a escrever que "aqueles que estiveram em Roma ou Constantinopla, dizem que, em termos de conforto, regularidade e população, nunca viram nada semelhante." Quando o pintor alemão Albrecht Düer viu, em Bruxelas no ano de 1520, os trabalhos de arte Mexicanos enviados por Cortez ao Imperador Carlos V, ele escreveu em seu diário o: "Eu não posso me lembrar de ter isto nada em minha vida que me deleitasse tanto. Foram realmente prodigiosos trabalhos de arte e eu me maravilhei com o gênio sutil de homens em terras distantes. Eu não posso encontrar palavras para descrever o que tenho visto." </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Repetiu-se também no caso dos índios brasileiros, os quais foram igualmente dizimados, sem qualquer chance de defesa, seja pelas armas de fogo ou pelas doenças introduzidas em seu meio, ou ainda pelos processos de exploração econômica e humana, os quais acabaram por destruir costumes, leis, ritos, línguas, enfim, a obliterar sua própria história. No Brasil, os pouco mais de 250.000 sobreviventes, de uma população inicial estimada em cerca de 5 milhões de indígenas, encontram-se agora acantonadas em pequenas aldeias, objetos de estudos antropológicos, pequenos "bichinhos de estimação" a serem preservados em seu habitat e condição natural. A história passada e presente de sua verdadeira contribuição continua esquecida; sua riqueza e diversidade cultural desprezada. Nem sequer o fato de ainda existir mais de 180 diferentes idiomas e dialetos indígenas no Brasil, é motivo suficiente para realçar a beleza e riqueza de sua diversidade. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Quanto aos negros, não bastasse os três séculos e meio de escravidão, a Abolição apenas os colocou "no olho da rua', sem nenhum amparo e à sorte do mercado. A Abolição significou uma liberdade duvidosa, já que não tendo os meios de subsistência, nem encontrando uma estrutura social de apoio à nova situação, forçou a muitos retornarem à casa de antigo senhor. Vale lembrar que somente entre os anos de 1888 e 1900, o estado de São Paulo receberia cerca de 300.000 imigrantes, os quais chegaram ao país com o apoio oficial e gozando de alguns benefícios não disponíveis aos negros recém libertos. Passados pouco mais de cem anos, a discriminação racial continua sentida e vivida diariamente. Ela está incorporada de forma invisível no dia-a-dia da nação e, por isso mesmo, ficou difícil de ser encontrada em um só lugar. Ela está em toda parte: está na imagem estereotipada do negro na literatura escolar, onde ele não se vê retratado como cidadão, onde não encontra seus heróis, onde também não tem história; está na tela da TV, onde ele invariavelmente aparece em segundo plano; destaque mesmo só nas páginas policiais. E que quadro mais patético e desolador continuar vendo milhares de crianças negras tendo como brinquedo, quase que exclusivamente, suas loiras bonecas de olhos azuis! O quadro é revelador da existência de um "ciclo de opressão" operando "invisivelmente" e já totalmente incorporado na cultura brasileira. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Pensar e repensar soluções também é preciso e a pergunta que se faz urgente é: como ajudar a transformar a atual realidade? Outro caminho não temos, senão o de rescrever e recontar a história, reconhecer e valorizar todos os heróis, trazer à luz todas as nossas raízes culturais e têlas em grande consideração! É preciso passar a limpo os currículos escolares e outros materiais didáticos, fontes que tem sido de uma imagem deturpada de negros e índios. Os ditos "brancos" precisam rever seu sentimento inerente, e por vezes até subconsciente, de superioridade racial. Mas se o racismo pode ser considerado uma doença, então os negros e índios estão igualmente infectados, pois carregam consigo um sentimento de inferioridade e de suspeita em relação aos brancos, feridas que precisam ser curadas. Em todos os casos é preciso não apenas uma política e legislação apropriadas, mas principalmente uma mudança dentro do coração. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Toqueville, historiador americano do século passado, declarou: "A lei pode destruir a servidão; mas apenas Deus poderia fazer desaparecer as suas marcas". Outro eminente historiador chegou a descrever a religião como "uma faculdade da natureza humana", num reconhecimento de sua influência sobre as expressões vitais da civilização e seu efeito sobre as leis e a moralidade e numa demonstração do verdadeiro papel das religiões. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Bahá'u'lláh, o fundador da Fé Bahá'í, religião que reúne mais de 5 milhões de adeptos em mais de 200 países e representando mais de 2. 100 diferentes grupos culturais e étnicos, traz à luz o conceito da Cidadania Mundial e prevê que os currículos escolares precisam enfatizar os princípios da Unidade da Humanidade e da Unídade na Diversidade. Enquanto um explica e expõe a unidade fundamental da espécie humana, já comprovada amplamente pela Antropologia, a Fisiologia e a Psicologia, ainda que infinitamente variada no que se refere aos aspectos secundários da vida; o segundo indica o quanto, em um mundo cada vez mais globalizado, é preciso reconhecer e valorizar os elementos culturais dos diversos povos da Terra, como uma fórmula única de afastar os antigos demônios das lutas étnicas e raciais, para o estabelecimento da paz no mundo e a sobrevivência da própria espécie. "É a diversidade de cor, tipo e forma que enriquece e adorna um jardim, tornando mais agradável o seu efeito', escreveu 'Abdu'l-Bahá, pensador e sábio persa. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';"> Uma importante questão a mais: o reconhecimento da diversidade cultural intrínseca ao povo brasileiro, não pode ficar restrito ao simples multiculturalismo e etnocentrísmo, onde cada grupo acaba se fechando em si mesmo, criando guetos, perpetuando estígnias e privando o todo dos benefícios da interação cultural. É preciso ir além e despertar também a consciência de que vivemos em um só mundo e que pertencemos à mesma espécie. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span style="color: black;">Escrito por Gabriel Marques</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><u><span style="color: blue;"><a href="http://www.bahai.org.br/racial/pensar.html">http://www.bahai.org.br/racial/pensar.html</a></span></u><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5t5c6hLzzoHNwwSgdbnne8sQeZeYQU84Pxuu9yASiaD8UcALOYopfGUyHl8o2H9aB9kHybrJCbn08wMba4pIiXj7XF7SkmQsavSCTmNhqPicppVS1naT1uX7W-1NDjsy_VvAbDMy11x4/s1600/lg_racismo.gif" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-35718145703032186632010-11-27T13:18:00.000-08:002010-11-27T14:43:32.554-08:00A questão racial e a superação do eurocentrismo na educação escolar<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvDmJlO0lm3oWEZAFJYlhY5Gpzd19075tHkg7HMnZVMUog61FCamHpJEaAsy5SzSKVUkiXWkQbUj2GGs1o__KbGNEP-qOf4DR-zco8v5a8ZVGhuCHCLj_95iRR_-3JbRFI-sZSiOPyLbM/s1600/racismo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="320" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvDmJlO0lm3oWEZAFJYlhY5Gpzd19075tHkg7HMnZVMUog61FCamHpJEaAsy5SzSKVUkiXWkQbUj2GGs1o__KbGNEP-qOf4DR-zco8v5a8ZVGhuCHCLj_95iRR_-3JbRFI-sZSiOPyLbM/s320/racismo.jpg" width="250" /></a></div><br />
<span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Vamos abordar neste artigo alguns problemas provocados pelas relações interétnicas e raciais na educação escolar brasileira. Em seguida apresentaremos algumas possibilidades teóricas para o tratamento da questão racial na educação escolar a partir da sociologia da educação e dos estudos culturais. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Em outras palavras, vamos tratar do currículo, do que deve e do que não deve constar nos currículos do ensino infantil, fundamental e médio. Vivemos em uma sociedade multicultural, onde convivem inúmeras etnias e já não é mais aceito que só os conhecimentos proporcionados pela visão de mundo eurocêntrica, branca, católica e masculina estejam representados na maneira como montamos os currículos escolares. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Estamos levando em consideração que a escola é um espaço público que é direito de todos os brasileiros, dentre os quais se incluem os negros. Mas esse é um direito que para ser respeitado não basta a presença física dos negros na escola. Os negros formam um contingente de aproximadamente 45% da população brasileira e que atualmente tem acesso à escolarização, mas as suas origens, a sua história, a sua cultura, por ignorância, preconceito ou má fé, não são tratados adequadamente nos currículos, nas concepções e práticas dos educadores.</span><br />
<a name='more'></a></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Uma vez que uma realidade natural, próxima ao que é classificado como raça, não existe de fato, o termo “raça” pode ser considerado como uma ficção que adquire força de realidade, quando é usado para classificar os seres humanos. É necessário que seja esclarecido que </span></div><blockquote><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">"... 'raça' é um conceito que não corresponde a nenhuma realidade natural..., ...trata-se, ao contrário, de um conceito que denota tão-somente uma forma de classificação social, baseada numa atitude negativa frente a certos grupos sociais... A realidade das raças limita-se, portanto, ao mundo social. Mas, por mais que nos repugne a empulhação que o conceito de 'raça' permite - ou seja, fazer passar por realidade natural preconceitos, interesses e valores sociais negativos e nefastos -, tal conceito tem uma realidade social plena, e o combate ao comportamento social que ele enseja é impossível de ser travado sem que se lhe reconheça a realidade social que só o ato de nomear permite". (Guimarães, 1999: 9) </span></div></blockquote><div align="justify" class="MsoBodyText2" style="line-height: normal; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Para quem duvida que existe um problema racial na educação escolar brasileira devemos recordar que quando discutimos alguns problemas do nosso sistema escolar como repetência, evasão de alunos antes da conclusão dos estudos, conflitos e violência na escola, por exemplo, muitas vezes deixamos de levar em consideração que a educação escolar vem sendo utilizada desde os primórdios da história da educação no Brasil para a imposição de valores, formas de pensamento, costumes e formas de produção da vida material dos colonizadores europeus sobre as populações naturais das localidades, denominados índios e considerados selvagens, ou sobre os trabalhadores trazidos da África como escravos e seus descendentes, também vistos como ignorantes, irracionais e preguiçosos. </span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin: 0px 0cm 8px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Pesquisas educacionais já demonstraram, por exemplo, que o racismo contra os alunos considerados negros interfere no desempenho escolar, como demonstra um estudo realizado pelos professores Angela Albernaz, Francisco Ferreira e Creso Franco, da Pontifícia Universidade Católica – PUC do Rio de Janeiro. Utilizando-se de dados do Ministério da Educação, os pesquisadores concluíram que </span></div><blockquote><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin: 0px 0cm 8px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">“estudantes negros estão aprendendo menos do que os brancos de mesmo nível social e que estudam na mesma escola. Analisando as notas dos alunos no Sistema de Avaliação da Educação Básica SAEB, principal exame do ministério para medir a qualidade da educação brasileira, os pesquisadores [...] mostraram que os negros tinham, na média de todas as disciplinas verificada, desempenho inferior em 9,3 pontos ao dos brancos, mesmo quando eram comparados alunos da mesma classe social e da mesma escola. O estudo, financiado pela Fundação Ford, também aponta diferenças nas notas entre brancos e pardos. Nesse caso, a diferença a favor dos brancos é de 3,1 pontos. Para os pesquisadores, os resultados são uma forte evidência de que pode estar havendo preconceito na escola. Professores podem estar tratando de maneira desigual negros e brancos na mesma sala de aula.” (Jornal Folha de São Paulo, 18/05/2003)</span></div></blockquote><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Comentando a referida pesquisa, a ex-secretária da educação de São Paulo, a professora Rose Neubauer, afirmou que “as pesquisas sugerem que as crianças negras têm sido mais abandonadas na escola”, e que muitas vezes os professores têm a expectativa de que os alunos negros tenham desempenho escolar ruim e esta expectativa acaba influindo negativamente no trabalho que é feito com estes alunos, e no final do processo escolar o mau desempenho acaba realmente ocorrendo. Segundo a matéria jornalística, a pesquisa indica que ao entrar no ensino fundamental as crianças perdem auto-estima e isto influi no seu desempenho escolar. Conforme afirmou a professor Rose Neubauer, “o professor, ao elogiar apenas o cabelo macio de um aluno de cor branca, pode estar reforçando um modelo cultural de beleza. Isso pode afetar a auto-estima e o desempenho escolar de um estudante negro da mesma classe” (Jornal Folha de São Paulo, 18/05/2003).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Se hoje muitos reivindicam cotas para negros no ensino superior, em um país em que os negros têm acesso ao sistema escolar público, é porque os ensinos infantil, fundamental e médio não qualificam adequadamente as crianças e adolescentes negros. Entre as razões deste fracasso da escola pública, está o fato de que através do material didático, das aulas e das práticas pedagógicas a escola difunde representações erradas, distorcidas e mal intencionadas, preconceituosas e discriminatórias sobre os negros e sobre os povos que vivem no continente africano. </span></div><ol style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><b>O Eurocentrismo da educação escolar</b></span> </div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">A maior dificuldade para os professores solucionarem os problemas provocados pelos preconceitos racistas contra os negros e índios é que mesmo quando honestamente não queremos pensar e tratar os nossos alunos de forma racista, continuamos a acreditar na supremacia das culturas, formas de conhecimento, comportamentos e aparência apresentados pelos membros das civilizações européias. Não é um mero acaso, portanto, que os alunos que mais sofrem, atualmente, em nosso país, com a violência excludente ou assimilacionista de um sistema de ensino eurocêntrico e ainda colonizador, sejam exatamente os descendentes de índios e negros.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">O eurocentrismo é um dos grandes obstáculos que devem ser superados para que seja assegurado o acesso e a permanência dos diversos grupos étnico-raciais no sistema escolar brasileiro, que é uma reivindicação política e educacional dos grupos sociais marginalizados. Para tanto, é necessário a “[...] criação de um contexto favorável aos marginalizados e oprimidos, para a recuperação da sua história, da sua voz, e para a abertura das discussões acadêmicas para todos” (BONNICI, 2000: pág. 10). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">A melhor forma de iniciar esta exposição é tentando trazer para o debate a definição do que estamos considerando como eurocentrismo. Trata-se da tendência de avaliar a aparência física dos indivíduos, as idéias, os costumes e comportamentos, as religiões e formas de conhecimento como a literatura, as artes, a filosofia e as ciências próprios das sociedades européias como superiores em relação aos seres humanos, culturas e civilizações das outras regiões do mundo. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Para a superação do eurocentrismo, de início, é necessário o estudo crítico dos problemas provocados pelos choques entre as formas de vida coletivas e culturas dos grupos humanos da América, África e Ásia com os colonizadores europeus, uma vez que a partir de tais choques ocorreram a destruição das condições materiais de vida dos primeiros, o seu desenraizamento espacial e a mestiçagem cultural que provocaram a sua marginalização e dominação pelas potências coloniais. </span></div><h2 align="justify" style="line-height: normal; margin: 0px 0cm 8px 36pt; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">2.</span><span style="font-family: Arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal;"><span style="font-size: x-small;"> </span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Contestando a pretensão de universalidade das culturas e civilizações européias</span></h2><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Um problema que se apresenta quando discutimos a formação de professores críticos em relação ao eurocentrismo é que algumas modalidades de conhecimento, autores e obras denominados como “clássicos”, já chegam às instituições universitárias brasileiras legitimados simplesmente porque pertencem a um conjunto de saberes que comporiam aquilo que contemporaneamente vem sendo tratado como o “cânone ocidental”. É importante, pois, questionarmos as reivindicações de universalidade das manifestações culturais européias e contestarmos as narrativas e demais produções intelectuais eurocêntricas dominantes na universidade brasileira, como bem demonstram os autores e obras estudados nos cursos de licenciatura e na parte mais representativa dos programas de pós-graduação desenvolvidos em nosso país.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Podemos contestar, então, aquelas concepções e práticas européias que reivindicam para si serem consideradas como “universais”. Para o escritor palestino Edward Said, “...o principal componente na cultura européia é precisamente o que torna essa cultura hegemônica tanto na Europa quanto fora dela: a idéia da identidade européia como sendo superior em comparação com todos os povos e culturas não-europeus” (SAID, 1990: pág. 19). Às vezes, sem percebermos, tendemos a pensar que uma peça de teatro, um romance ou um poema de um autor europeu merece ser classificado como “universal”, enquanto as obras de arte enraizadas na vida de comunidades não-européias são classificadas como regionais, nacionais ou étnicas. Para ilustrar esta crítica, gostaria de lembrar um pensamento irônico do filósofo Jean-Paul Sartre, ele próprio um crítico do colonialismo francês, que ilustra bem a pretensão e a arrogância do pensamento eurocêntrico: </span></div><blockquote><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Era tão natural ser francês. Era o meio mais simples e econômico de ser universal. Os outros é que deviam explicar por que falta de sorte ou culpa não eram completamente homens” (citado por RIBEIRO, 1979: pág. 75). </span></div></blockquote><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Não se trata de discutirmos a qualidade e a relevância dos saberes de origem européia, mas simplesmente a pretensão de que os mesmos tendem a ser sempre universais e superiores em relação aos saberes criados pelos grupos humanos espalhados pelo planeta. O escritor Saul Bellow, canadense radicado nos Estados Unidos e Prêmio Nobel de Literatura de 1976, expressa esse desejo de reduzir as diferenças humanas aos padrão das civilizações ocidentais quando afirma que “gostaremos de ler o Tolstoi zulu quando ele aparecer” (citado por TAYLOR, 2000: pág. 273), como se os zulus tivessem a obrigação de produzir um escritor como Tolstoi e como se este deva ser o critério para que um grupo seja reconhecido como verdadeiramente humano. O problema é que não é só Saul Below que raciocina desta maneira reducionista e etnocêntrica. Quando reverenciamos as produções de um Mozart ou um Einstein e as utilizamos como parâmetros para o julgamento da produção cultural de um povo, esta atitude revela, na verdade, a arrogância de querer definir um critério único para a beleza e para a inteligência humana.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">As idéias de “universalidade” e “supremacia” são utilizadas como formas de violência simbólica exercidas pelos dominantes sobre os dominados e dependem da aceitação pelos próprios colonizados dos valores, concepções e práticas das civilizações européias. A violência simbólica só se completa quando os próprios dominados se consideram inferiores e aceitam a sua submissão aos poderes dominantes. É assim que se constrói a hegemonia das culturas e relações sociais capitalistas sobre os grupos subalternos compostos por mulheres, trabalhadores rurais, operários, índios e negros. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Não devemos, evidentemente, substituir a visão de mundo e as modalidades de conhecimento européias pelas africanas. Seria trocar o eurocentrismo por um afrocentrismo. Os movimentos negros não estão reivindicando isso, querem apenas que as suas origens, a sua história, a sua cultura e os seus interesses sejam levados em consideração, ao lado das outras visões de mundo e interesses representadas por mulheres, indígenas, homossexuais e as inúmeras etnias que compõem este país multicultural e multiétnico.</span></div><ol start="3" style="margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm;" type="1"><li class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6pt; text-align: justify;"><div style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><b><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Sociologia da educação e a questão racial</span></b> </div></li>
</ol><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Podemos recorrer aos estudos da sociologia da educação para uma abordagem dos problemas empíricos suscitados pela relação entre os currículos e os processos educativos efetivos, como, por exemplo, o estudo do relacionamento entre os agentes no interior do espaço escolar que ocorre entre alunos; entre os alunos e os educadores e também dos educadores entre si. Nesse relacionamento podemos discutir se nós estamos respeitando as origens étnicas de educadores e professores; Para tanto é preciso reconhecermos que na escola existem alunos e educadores com origens diversas, do ponto de vista religioso, étnico, de gênero, de orientação sexual e de classe, e que nenhum grupo humano tem o monopólio da beleza, da inteligência, da racionalidade etc.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Se não somos racistas nós devemos lutar contra as idéias preconceituosas, trabalhando para que no espaço escolar todos tenham as mesmas oportunidades e sejam o alvo dos maiores investimentos intelectuais e de recursos materiais e de nossa atenção afetiva. Superar o problema da discriminação racial na educação não é colocar capoeira, cabelo com trancinha ou feijoada no currículo, deve até passar por isso, mas deve antes passar pelo compromisso dos educadores em tentar qualificar os seus alunos negros para as mesmas posições ocupadas pelos alunos oriundos dos outros segmentos étnicos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Um tema espinhoso a ser debatido na escolar é a existência de regras de contato informais, tácitas, que definem o lugar de cada um no espaço social e quando podem se relacionar. Consciente ou inconscientemente os professores identificam os seus alunos como brancos ou negros, os próprios alunos brancos e negros se identificam como tal e se relacionam levando em consideração esta identificação prévia. Nesse relacionamento nós achamos “normal”, por exemplo, o aluno negro evadir e se tornar trabalhador braçal, engraxate, camelô, empregada doméstica, como também achamos normal que os alunos brancos tenham sucesso na sua trajetória escolar. O fato de um menino ou menina ser classificado como negro influencia nas oportunidade que lhe serão franqueadas em sua trajetória escolar sem que isso seja assumido, declarado, planejado conscientemente pelos professores.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Vamos imaginar que um menino que seja órfão de mãe, pobre, gago e epiléptico. Para ajudar a manter a casa, esse menino vende doce que a madrasta faz na porta da escola, o pai é um pintor de paredes. Qual o futuro que nós educadores imaginamos para este menino? Um crítico literário norte-americano branco, elitista e conservador como Harold Bloom escreveu o seguinte sobre esse menino: “O gênio da ironia propiciou-nos poucos exemplos à altura do escritor afro-brasileiro Machado de Assis, a meu ver, o maior literato negro surgido até o presente. Ele é o maior literato negro, creio, da história da literatura universal”. (Folha de São Paulo 3/05/2003). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Não é mais novidade que a expectativa dos professores quanto ao desempenhos dos alunos condiciona (embora não determine totalmente) o desempenho dos alunos. Em sociologia da educação este mecanismo muitas vezes inconsciente de classificação dos alunos é expresso pela relação entre as representações dos professores a respeito dos seus alunos e o desempenho escolar dos mesmos. Aquilo que pensamos sobre as perspectivas de um aluno influencia no seu desempenho escolar e na construção da sua identidade.</span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin: 0px 0cm 8px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Um novo currículo que contemple as diferentes identidades presentes na escola brasileira não poderá sair da cabeça de especialistas ou acadêmicos profissionais, mas sim de processos de negociação pública, no qual os educadores, representantes dos movimentos sociais e das universidades dialoguem sobre o que consideram relevante para constar nos projetos pedagógicos. Só um diálogo no qual tenham voz os representantes das diferentes etnias, gêneros, comportamentos, religiões, idades, aparências físicas etc. tornará a escola democrática para assimilar as demandas legítimas dos agentes de dentro e de fora do espaço escolar, para levá-las em consideração no currículo e no cotidiano da nossa ação educativa.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">O racismo e as outras formas de intolerância que observamos na sociedade e que repercute na escola devem ser combatidos porque é no espaço escolar que os cidadãos passam a maior parte da sua vida social, pública, na atualidade. Atualmente, o tempo que as pessoas passam com a família ou no seio de sua comunidade religiosa chega a ser menor do que o tempo de vida escolar, ainda mais porque as relações travadas no espaço escolar tendem a se expandir para as outras instâncias da vida dos agentes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Como espaço privilegiado de socialização e de convivência deve-se iniciar na escola a nossa formação para a convivência com o outro não-idêntico, o diferente. A escola deve ser o exemplo de como queremos que seja a convivência nas outras esferas da vida social. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Muitos consideram que esta idéia é utópica, afinal a sociedade é competitiva, racista, conservadora, elitista, embrutecedora, e a escola inserida em tal contexto deve expressá-lo fielmente, para não tornar os educandos despreparados para a vida social ao conviverem em um cotidiano escolar tido como fantasioso. Ao contrário, acredito que se a sociedade em que vivemos é violenta e excludente nós podemos transformar a escola em um refúgio, ou, se quisermos uma metáfora belicosa, em uma trincheira de resistência, e não de confirmação da barbárie.</span></div><h2 align="justify" style="line-height: normal; margin: 0px 0cm 8px 36pt; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">4.</span><span style="font-family: Arial; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal;"><span style="font-size: x-small;"> </span></span><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Superando o eurocentrismo na educação escolar</span></h2><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Em termos políticos, para superarmos o eurocentrismo, os preconceitos e atitudes discriminatórias através da educação é necessário que utilizemos a escola: a) como um local de luta contra a hegemonia cultural dos grupos sociais dominantes; e b) como um local de expressão cultural e agregação política dos grupos subalternos. Ou seja, a escola pública pode ser um local de formação de uma unidade entre as camadas populares formadas por grupos discriminados pela economia competitiva capitalista e pelos valores eurocêntricos. Mas esta idéia não pode ser uma diretriz puramente teórica, uma vez que só trará bons resultados pedagógicos e políticos se na prática cotidiana da educação escolar os membros dos grupos subalternos se sentirem respeitados e contemplados nos seus interesses e valores.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Para promovermos uma educação democrática que respeite as diferenças de cultura entre os agentes que se relacionam no sistema escolar, devemos imaginar soluções para os problemas educacionais e das comunidades locais que escapem aos parâmetros e às expectativas dos centros hegemônicos de poder e conhecimento.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Henry Giroux nos ensina que “os discursos pós-coloniais representam um espaço para reteorizar, localizar e tratar das possibilidades de uma nova política baseada na construção de novas identidades, zonas de diferença cultural e formas de comunicação ética, que permitam aos trabalhadores culturais e aos educadores transformar as linguagens, as práticas sociais e as histórias que são parte da herança colonial” (GIROUX, 1999: pág. 40). Alguns passos em direção a estes objetivos podem ser os seguintes: </span></div><blockquote><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">a) Devemos construir uma ética política de respeito às diferenças nas relações sociais dentro e fora da escola, sem os preconceitos depreciativos, estereótipos negativos e sem discriminação de ninguém. O respeito à diferença se torna estratégico se tivermos como objetivo democratizar “e melhorar a qualidade da vida pública” (GIROUX, 1999: pág. 41).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">b) Realizar entrevistas junto com os alunos para reconstruir as histórias orais das comunidades, bairros, histórias de vida, relatos sobre a vida cotidiana, que demonstrem a relevância e a legitimidade das experiência das comunidades locais marginalizadas na oposição “centro” versus “periferia”. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">c) Valorizar as formas de expressão cultural criadas pelos alunos e grupos marginalizados pelas instituições dominantes. Isso quer dizer que ao invés de classificarmos e estereotiparmos os grupos humanos segundo as idéias de autores que produziram os seus textos em outros contextos, com os objetivos mais questionáveis, teremos como objetivo o conhecimento sobre como os diferentes grupos representam a si mesmos, como se concebem, como imaginam a sua relação com os outros grupos. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">d) Recuperar os saberes indígenas e negros que foram reprimidos e marginalizados pela hegemonia cultural européia.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">e) Reconhecer que a língua portuguesa, imposta como a única língua oficial do país em 1770, pelo Marquês de Pombal, em meio a centenas de outras línguas existentes no Brasil, não é a única forma legítima de expressão e pode perfeitamente conviver com os falares brasileiros das diferentes regiões e periferias das grandes cidades e com as línguas indígenas e quilombolas existentes no país.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">f) Tornar as culturas populares componentes dos currículos oficiais, considerando-as formas de conhecimento múltiplas e abertas à participação dos indígenas, negros, populações rurais e camadas subalternas das periferias das grandes cidades. Para falar mais uma vez emprestando as palavras de Stuart Hall, “a cultura popular é um dos locais onde a luta a favor e contra a cultura dos poderosos é engajada; é também o prêmio a ser conquistado ou perdido nessa luta...”, e “é um dos locais onde o socialismo pode ser constituído” (Hall, 2003: pág. 263). </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">g) Estudar criticamente as formas culturais difundidas pelos meios de comunicação e os modelos dominantes das culturas ocidentais para entendermos como quase sempre difundem tanto representações depreciativas sobre os grupos marginalizados pela hegemonia cultural européia e norte-americana, quanto padrões de sociabilidade consumistas que não são sustentáveis dos pontos de vistas social e ambiental.</span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">h) Tratar no currículo as formas de discriminação racial, classista, sexista para entendermos como surgiram historicamente como instrumentos de marginalização e dominação e exploração de negros, índios, mulheres e homossexuais, que visavam a manutenção dos privilégios dos colonizadores europeus e seus descendentes.</span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">i) Superar a oposição “corpo” <i>versus “</i>mente”, que compartimenta cada aluno e educador em duas dimensões estanques. Com isso o objetivo da escola passa a ser viabilizar a expressão corporal e afetiva e as produções de significado, superando o disciplinamento dos seus corpos, a domesticação de suas mentes e o silenciamento de suas vozes. </span></div><div align="justify" class="MsoBodyTextIndent2" style="line-height: normal; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">j) Transformar a escola em um espaço de aprendizagem da participação democrática, através de reuniões de trabalho e assembléias que envolvam tanto os alunos e educadores como os membros das comunidades locais e movimentos sociais.</span></div></blockquote><h2 align="justify" style="line-height: normal; margin-bottom: 8px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Conclusão </span></h2><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Respeitar as diferenças é “expandir o potencial da vida humana e as possibilidades democráticas” (GIROUX, 1999: pág. 47). A educação livre do eurocentrismo é aquela em que as culturas das populações de todas as regiões do mundo não são vistas como primitivas, atrasadas, exóticas, ignorantes e inferiores. Por outro lado, o mesmo raciocínio vale para o tratamento dos povos e expressões culturais da Europa, pois se passarmos a tratá-los como inferiores estaremos apenas imitando a conduta dos mesmos em relação aos “outros”. Em termos práticos, não vamos propor a substituição da língua portuguesa pelo tupi, como pretendia o Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, nem o banimento das religiões cristãs importadas da Europa e já assimiladas pela religiosidade popular de resistência, mas podemos propor algo mais simples como deixarmos de considerar a língua e as religiões dominantes como superiores e as únicas aceitáveis. Para tanto, é necessário que as comunidades escolares estudem e respeitem as variações linguísticas e as religiões populares. Assim, os sujeitos de falares e crenças diferentes dos códigos dominantes não serão desautorizados e poderão expressão sua voz no espaço público. </span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">Superar o eurocentrismo na educação, enfim, é realizar uma contestação das estruturas de poder, pensamento e ação como o capitalismo, o racismo e o patriarcalismo que oprimem inúmeras outras formas de expressão e de vida, para que possamos criar formas locais de convivência baseadas na autonomia das comunidades e escolas e na solidariedade que respeita as diferenças.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">A tarefa dos educadores críticos é desafiar e transgredir os conhecimentos e as relações sociais propostas pelas instituições dominantes que concentram as posições de poder em nossa sociedade. A filosofia, a literatura, a ciência e a teologia cristã foram difundidos em todo o mundo pelos povos europeus como se fossem as únicas formas de saber válidas. Procurei argumentar, seguindo a sugestão de Homi Bhabha (1998: pág. 240) “que é com aqueles que sofreram o sentenciamento da história – subjugação, dominação, diáspora, deslocamento – que aprendemos nossas lições mais duradouras de vida e pensamento”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial; font-size: x-small;">A educação escolar, enfim, não pode ser a transmissão acrítica dos conhecimentos que o Estado e as demais instituições dominantes consideram legítimos, já que é também na escola que construímos as nossas identidades individuais e coletivas e queremos que estas identidades estejam livres do peso das estruturas de poder para que as nossas mentes e as nossas vidas sejam descolonizadas</span>.</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;">Escrito por Walter Praxedes</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 8px; margin-top: 0px; text-align: justify;"><a href="http://www.espacoacademico.com.br/089/89praxedes.htm">http://www.espacoacademico.com.br/089/89praxedes.htm</a></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-46605998916685262902010-11-27T13:11:00.000-08:002010-11-27T14:35:46.121-08:00O Multiculturalismo, a Identidade Negra e Organizações Multiculturais<a href="http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT21-2886--Int.pdf"></a><br />
<span style="clear: right; cssfloat: right; float: right; font-family: 'Calibri','sans-serif'; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><img border="0" height="128" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQB6hujbYRqpgnf1UqbcZB1Qq9h6vFgEGySz1LhuWQcQ2WVnglmBc6Bief-unDoMgSrUNZseOZQH9PyCn7qUA7stSfCPLJD_U8OaTvEHDx-sloMEm5yhBYEOz-mkB9TmxFxQuERJeFs5k/s200/imagem+anti-racismo.jpg" width="200" /></span> <br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Canen (2001) define o multiculturalismo como um conjunto de princípios e práticas voltados para a valorização da diversidade cultural e para o desafio de preconceitos e estereótipos a ela relacionados. O multiculturalismo, desde sua origem, aparece como um princípio ético que tem orientado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito de preservarem suas características culturais. Ele também representa um importante instrumento de luta política.</span></div><div style="text-align: justify;"><a name='more'></a><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Assis & Canen (2004) afirmam que a identidade negra é emblemática da luta pela construção e reconhecimento identitário, visto que a mesma é tratada de modo desigual, do ponto de vista histórico, econômico, social e cultural. Silva (2005) afirma que a identidade étnica e racial é, desde o começo, uma questão de saber e poder. Acrescenta que a história do termo “raça”, polêmico e carregado, está estritamente relacionado às relações de poder que opõem o homem branco europeu às populações dos países por ele colonizado.Logo, a escola é um espaço onde as diferenças se encontram, as culturas se cruzam, os excluídos podem ter a vivência da igualdade de acesso e de vivência de aprendizagem escolar.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Munanga (2000), por sua vez, afirma que o conceito de raça para definir a identidade negra nada apresenta de biológico, já que se trata de um conceito carregado de ideologia, escondendo algo não proclamado: a relação de poder e dominação. Afastando-se um pouco de</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">D’Adesky (2001), que reconhece a identidade étnica, baseada em aspectos culturais (tais como a herança afro), como importante aspecto da identidade negra, Munanga (2000) teme que enquanto o racismo clássico se alimenta da noção de raça, o racismo novo estaria bebendo na noção de etnia, definida como grupo cultural, já que tal categoria seria mais aceitável do que raça. Entretanto, para o referido autor, essa mudança em nada altera a realidade do racismo, pois não “ destrói a relação hierarquizada entre culturas diferentes, que é um dos componentes do racismo” (ibid., p. 29). Em uma perspectiva que parece se aproximar do multiculturalismo em sua vertente crítica, Munanga (2000) propõe que a identidade negra deve ser pensada como identidade política, formada na pluralidade de processos de identidade cultural entre “negros, brancos ou amarelos”, “todos tomados como sujeitos históricos e culturais e não como sujeitos biológicos ou raciais” (ibid., p. 32).</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Canen (2001) acredita que a perspectiva multicultural crítica ajuda a superar uma atitude condenatória, resgatando o espaço intra-escolar para viabilizar práticas pedagógicas e ajudem na superação das diferenças culturais, ao invés de apenas abafá-las. Afirma que o multiculturalismo é uma corrente de pensamento político e teórico que visa ao reconhecimento identitário e à justiça social, dando visibilidade ao pluralismo das sociedades, promovendo lutas e combates ao racismo e discriminações contra os sujeitos percebidos como “diferentes” em políticas e práticas. O multiculturalismo crítico, uma de suas correntes, questiona processos racistas, discriminatórios e etnocêntricos que constroem as diferenças <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>marginalizam “o outro” (Canen, 2001). Segundo Canen (2001, 2006), a identidade negra e sua construção/reconstrução positiva, superadora de discriminações e viabilizadora de práticas curriculares que avancem no reconhecimento e valorização do negro na sociedade, apresenta algumas categorias que se destacam nos discursos e nas discussões a seu respeito: cor, raça e etnia. Entretanto, tensões e ambigüidades apresentam-se nesta categoria, quando tomadas de forma essencializada e estanque, resultando, não raro, no congelamento identitário.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Portanto, ser negro é parte de uma construção identitária, em que a identificação racial é também social e culturalmente construída. A construção da identidade negra interessa ao cenário da sociedade brasileira, porque é marcada, historicamente, pelo tratamento desigual ao negro e por ações políticas de ação afirmativa recentes, como a reserva de vagas para negros e pardos nas universidades públicas, o que torna bastante relevante as discussões multiculturais sobre essa construção.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Muitas vezes o conhecimento a respeito do negro é meramente folclórico e pouco</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>omprometido com a luta pelo desafio às discriminações. Oliveira (2006), por exemplo, em pesquisa realizada em escolas em que atuavam egressos do curso de especialização ministrado pelo Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira da UFF (PENESB/FEUFF), observou que o projeto político-pedagógico (PPP), que revela grandes marcos da identidade institucional multicultural da escola (Canen & Canen, 2005b), na verdade revelou que a inclusão dos estudos sobre a questão negra e não negra era apontado apenas em ocasiões especiais, “caracterizada pela folclorização e superficialidade da questão” (Oliveira, 2006, p. 199). Falta, nesse caso, conforme argumenta Oliveira (2006), o aprimoramento da formação das lideranças escolares para a elaboração do PPP em uma perspectiva de valorização da identidade negra. Ao mesmo tempo, falta, conforme Gonçalves e Silva (2005), uma perspectiva negra de pesquisa que, para além do rigor atribuído a processos de pesquisa convencionais, parta da avaliação da compreensão das civilizações africanas para a humanidade, para a interdependência da riqueza de nações com a escravidão de africanos e o compromisso com o resgate de um novo sistema-mundo valorizador da identidade negra.</span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Calibri','sans-serif'; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: Arial; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Argumentamos, pois, que é fundamental, nesse novo sistema, que a escola tenha consciência de seu papel como uma organização multicultural. Canen & Canen (2005a) consideram organizações multiculturais aquelas organizações que lidam com diferenciados níveis de diversidade cultural. Na escola, podemos dizer que esta diversidade diz respeito não só aos sujeitos que aí trabalham (professores e funcionários), com suas diferenças de raça, gênero, classe social e outras características, mas também à diversidade cultural dos que a ela acorrem (pais e alunos), em constante movimento de hibridização com a identidade institucional da escola, identificada em seu projeto político-pedagógico, em seu clima institucional e nas especificidades do meio em que está inserida. Percebe-se a importância de se ter uma administração escolar também multicultural, através da qual possam ser criadas estratégias organizacionais que busquem a valorização da diversidade cultural e a sensibilização para as suas vantagens, bem como indicar caminhos para se lidar com a mesma, no cotidiano escolar. Dessa forma, o trabalho para a construção e reconstrução das identidades culturais, dentre as quais a identidade negra é emblemática, passa, como argumentamos, por um olhar renovado sobre a escola, entendendo-a não só a partir de seus currículos, mas de suas práticas de gestão cotidianas, no escopo de sua compreensão como organização multicultural, integrando identidades individuais, coletivas e institucionais (Canen & Canen, 2005b) em projetos emancipadores.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQB6hujbYRqpgnf1UqbcZB1Qq9h6vFgEGySz1LhuWQcQ2WVnglmBc6Bief-unDoMgSrUNZseOZQH9PyCn7qUA7stSfCPLJD_U8OaTvEHDx-sloMEm5yhBYEOz-mkB9TmxFxQuERJeFs5k/s1600/imagem+anti-racismo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div><div style="text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: TTE3F961E8t00;"></span>Escrito por Michele dos Santos<br />
<a href="http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT21-2886--Int.pdf">http://www.anped.org.br/reunioes/30ra/trabalhos/GT21-2886--Int.pdf</a></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-44266493934182515832010-11-27T12:35:00.000-08:002010-11-27T14:44:24.030-08:00Consciência negra<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 41.85pt 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Z3uclkIS0hPXGbPLlhDFLi_mlZrNoIMYRrKcMvliX7FD0v_YarfYmiHcNsQHU70LagDK8hsx15bkhEPR8_q6xYrXv1OhES1Bq58SzVmP77RL60ycXNsS0kaDHqxMFuGKvus5C_TD6Zc/s1600/dia_da_consciencia_negra1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6Z3uclkIS0hPXGbPLlhDFLi_mlZrNoIMYRrKcMvliX7FD0v_YarfYmiHcNsQHU70LagDK8hsx15bkhEPR8_q6xYrXv1OhES1Bq58SzVmP77RL60ycXNsS0kaDHqxMFuGKvus5C_TD6Zc/s200/dia_da_consciencia_negra1.jpg" width="200" /></a></div><b><span style="background-color: white; color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span></b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><br />
<span style="background-color: white;">Esta data foi estabelecida pelo projeto lei número 10.639, no dia 9 de janeiro de 2003. Foi escolhida a data de 20 de novembro, pois foi neste dia, no ano de 1695, que morreu Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares.</span></span> <br />
<a name='more'></a><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"><span style="background-color: white;">A homenagem a Zumbi foi mais do que justa, pois este personagem histórico representou a luta do negro contra a escravidão, no período do </span><a href="http://www.suapesquisa.com/colonial"><span style="background-color: white; color: black; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">Brasil Colonial.</span></a><span style="background-color: white;"> Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade. Os quilombos representavam uma resistência ao sistema escravista e também um forma coletiva de manutenção da cultura africana aqui no Brasil. Zumbi lutou até a morte por esta cultura e pela liberdade do seu povo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 41.85pt 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="background-color: white;"><b><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Importância da Data</span></b></span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 41.85pt 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="background-color: white;"><span style="color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">A criação desta data foi importante, pois serve como um momento de conscientização e reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura nacional. Os negros africanos colaboraram muito, durante nossa história, nos aspectos políticos, sociais, gastronômicos e religiosos de nosso país. É um dia que devemos comemorar nas escolas, nos espaços culturais e em outros locais, valorizando a cultura afro-brasileira.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 41.85pt 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">A abolição da escravatura, de forma oficial, só veio em 1888. Porém, os negros sempre resistiram e lutaram contra a opressão e as injustiças advindas da escravidão.</span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 150%; margin: 0cm 41.85pt 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="background-color: white; color: black; font-family: 'Times New Roman','serif'; font-size: 12pt; line-height: 150%; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Vale dizer também que sempre ocorreu uma valorização dos personagens históricos de cor branca. Como se a história do Brasil tivesse sido construída somente pelos europeus e seus descendentes. Imperadores, navegadores, bandeirantes, líderes militares entre outros foram sempre considerados hérois nacionais. Agora temos a valorização de um líder negro em nossa história e, esperamos, que em breve outros personagens históricos de origem africana sejam valorizados por nosso povo e por nossa história. Passos importantes estão sendo tomados neste sentido, pois nas escolas brasileiras já é obrigatória a inclusão de disciplinas e conteúdos que visam estudar a história da África e a cultura afro-brasileira.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: center;"><span style="background-color: white;"><br />
</span></div><div align="justify" class="MsoNormal" style="margin-left: 50px; margin-right: 50px;"><a href="http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_consciencia_negra.htm">http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_consciencia_negra.htm</a></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-10242060548866510822010-11-27T12:02:00.001-08:002010-11-27T14:41:16.879-08:00Racismo é burrice<span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-outline-level: 3;"><div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-outline-level: 3;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPdWpbVTVFHP4R5cYctAELqSEgVt-BcI9kaq5lRpn3gnYCvcX5wX2CeH1hX-5YKAJiGegPPbV61GyXOxzqNCAygQBasMgOiZMk1ZnHXcH0aESfcjQGptkXTEwrZcAFoEj2urnsFhnpzu4/s1600/176664.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="150" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPdWpbVTVFHP4R5cYctAELqSEgVt-BcI9kaq5lRpn3gnYCvcX5wX2CeH1hX-5YKAJiGegPPbV61GyXOxzqNCAygQBasMgOiZMk1ZnHXcH0aESfcjQGptkXTEwrZcAFoEj2urnsFhnpzu4/s200/176664.jpg" width="200" /></a></div></div><br />
<span style="color: black; mso-themecolor: text1;"></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span> <br />
<span style="color: black; mso-themecolor: text1;"><a href="http://letras.terra.com.br/gabriel-pensador/"><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1; text-decoration: none; text-underline: none;">Gabriel Pensador</span></a></span><br />
<span style="color: black; mso-themecolor: text1;"></span><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 13.5pt; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;"></span> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNxTaR-3aNdOJEcdNt2a1XHXENgkzsI7YEROl-5EQIic5DE_lxqVn8SkVnpjfAE9xDOFotWy2CaYPYylXhP_aDN8rpUIUwJPJE927QPxXw5hJ_2OT0bTMUw-AFckk4sMhT0_1mDCZRMrY/s1600/racismo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><br />
<div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Racismo preconceito e discriminação em geral<br />
É uma burrice coletiva sem explicação<br />
Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união<br />
Mas demonstra claramente<br />
Infelizmente <br />
Preconceitos mil<br />
De naturezas diferentes<br />
Mostrando que essa gente<br />
Essa gente do Brasil é muito burra</span><br />
<a name='more'></a><br />
E não enxerga um palmo à sua frente<br />
Porque se fosse inteligente esse povo já teria agido de forma mais consciente<br />
Eliminando da mente todo o preconceito<br />
E não agindo com a burrice estampada no peito<br />
A "elite" que devia dar um bom exemplo<br />
É a primeira a demonstrar esse tipo de sentimento<br />
Num complexo de superioridade infantil<br />
Ou justificando um sistema de relação servil<br />
E o povão vai como um bundão na onda do racismo e da discriminação<br />
Não tem a união e não vê a solução da questão<br />
Que por incrível que pareça está em nossas mãos<br />
Só precisamos de uma reformulação geral<br />
Uma espécie de lavagem cerebral</div><div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Não seja um imbecil<br />
Não seja um ingnorante<br />
Não se importe com a origem ou a cor do seu semelhante<br />
O quê que importa se ele é nordestino e você não?<br />
O quê que importa se ele é preto e você é branco?<br />
Aliás branco no Brasil é difícil porque no Brasil somos todos mestiços<br />
Se você discorda então olhe pra trás<br />
Olhe a nossa história<br />
Os nossos ancestrais<br />
O Brasil colonial não era igual a Portugal<br />
A raiz do meu país era multirracial<br />
Tinha índio, branco, amarelo, preto<br />
Nascemos da mistura então porque o preconceito?<br />
Barrigas cresceram<br />
O tempo passou...<br />
Nasceram os brasileiros cada um com a sua cor<br />
Uns com a pele clara outros mais escura<br />
Mas todos viemos da mesma mistura<br />
Então presta atenção nessa sua babaquice<br />
Pois como eu já disse racismo é burrice<br />
Dê a ignorância um ponto final:<br />
Faça uma lavagem cerebral</span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">Negro e nordestino constróem seu chão<br />
Trabalhador da construção civil conhecido como peão<br />
No Brasil o mesmo negro que constrói o seu apartamento ou que lava o chão de uma delegacia<br />
É revistado e humilhado por um guarda nojento que ainda recebe o salário e o pão de cada dia graças ao negro ao nordestino e atodos nós<br />
Pagamos homens que pensam que ser humilhado não dói<br />
O preconceito é uma coisa sem sentido<br />
Tire a burrice do peito e me dê ouvidos<br />
Me responda se você discriminaria<br />
Um sujeito com a cara do PC Farias<br />
Não você não faria isso não...<br />
Você aprendeu que o preto é ladrão<br />
Muitos negros roubam mas muitos são roubados<br />
E cuidado com esse branco aí parado do seu lado<br />
Porque se ele passa fome<br />
Sabe como é:<br />
Ele rouba e mata um homem<br />
Seja você ou seja o Pelé<br />
Você e o Pelé morreriam igual<br />
Então que morra o preconceito e viva a união racial<br />
Quero ver essa musica você aprender e fazer<br />
A lavagem cerebral</span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">O racismo é burrice mas o mais burro não é o racista<br />
É o que pensa que o racismo não existe<br />
O pior cego é o que não quer ver<br />
E o racismo está dentro de você<br />
Porque o racista na verdade é um tremendo babaca<br />
Que assimila os preconceitos porque tem cabeça fraca<br />
E desde sempre não para pra pensar<br />
Nos conceitos que a sociedade insiste em lhe ensinar<br />
E de pai pra filho o racismo passa<br />
Em forma de piadas que teriam bem mais graça<br />
Se não fossem o retrato da nossa ignorância<br />
Transmitindo a discriminação desde a infância<br />
E o que as crianças aprendem brincando<br />
É nada mais nada menos do que a estupidez se propagando<br />
Qualquer tipo de racismo não se justifica<br />
Ninguém explica<br />
Precisamos da lavagem cerebral pra acabar com esse lixo que é uma herança cultural<br />
Todo mundo é racista mas não sabe a razão<br />
Então eu digo meu irmão<br />
Seja do povão ou da "elite"<br />
Não participe<br />
Pois como eu já disse racismo é burrice<br />
Como eu já disse racismo é burrice</span></div><div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 0pt;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiNxTaR-3aNdOJEcdNt2a1XHXENgkzsI7YEROl-5EQIic5DE_lxqVn8SkVnpjfAE9xDOFotWy2CaYPYylXhP_aDN8rpUIUwJPJE927QPxXw5hJ_2OT0bTMUw-AFckk4sMhT0_1mDCZRMrY/s1600/racismo.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a><span lang="PT" style="color: black; font-family: 'Trebuchet MS','sans-serif'; font-size: 11.5pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR; mso-themecolor: text1;">E se você é mais um burro<br />
Não me leve a mal<br />
É hora de fazer uma lavagem cerebral<br />
Mas isso é compromisso seu<br />
Eu nem vou me meter<br />
Quem vai lavar a sua mente não sou eu<br />
É você</span></div><div class="MsoNormal" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="background: white; border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; mso-outline-level: 3;"></div></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-52665874231668395972010-11-27T12:00:00.000-08:002010-11-27T14:40:46.936-08:00Racismo<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="color: black; font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><span style="color: black; font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"><strong><em>Luis Fernando Verissimo</em></strong></span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 10pt; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto; text-align: center;"><span style="color: black; font-family: 'Arial','sans-serif'; font-size: 12pt; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;">- Escuta aqui, ó criolo...<br />
<br />
- O que foi?<br />
<br />
- Você andou dizendo por aí que no Brasil existe racismo.<br />
<br />
- E não existe?<br />
<br />
- Isso é negrice sua. E eu que sempre te considerei um negro de alma branca... É, não adianta. Negro quando não faz na entrada...<br />
<br />
- Mas aqui existe racismo.</span><span style="color: black; font-family: 'Verdana','sans-serif'; font-size: 12pt; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-font-family: 'Times New Roman'; mso-fareast-language: PT-BR;"></span><br />
<a name='more'></a><br />
- Existe nada. Vocês têm toda a liberdade, têm tudo o que gostam. Têm carnaval, têm futebol, têm melancia... E emprego é o que não falta. Lá em casa, por exemplo, estão precisando de empregada. Pra ser lixeiro, pra abrir buraco, ninguém se habilita.<br />
<br />
Agora, pra uma cachacinha e um baile estão sempre prontos. Raça de safados! E ainda se queixam!<br />
<br />
- Eu insisto, aqui tem racismo.<br />
<br />
- Então prova, Beiçola. Prova. Eu alguma vez te virei a cara? Naquela vez que te encontrei conversando com a minha irmã, não te pedi com toda a educação que não aparecesse mais na nossa rua? Hein, tição? Quem apanhou de toda a família foi a minha irmã. Vais dizer que nós temos preconceito contra branco?<br />
<br />
- Não, mas...<br />
<br />
- Eu expliquei lá em casa que você não fez por mal, que não tinha confundido a menina com alguma empregadoza de cabelo ruim, não, que foi só um engano porque negro é burro mesmo. Fui teu amigão. Isso é racismo?<br />
<br />
- Eu sei, mas...<br />
<br />
- Onde é que está o racismo, então? Fala, Macaco.<br />
<br />
- É que outro dia eu quis entrar de sócio num clube e não me deixaram.<br />
<br />
- Bom, mas pera um pouquinho. Aí também já é demais. Vocês não têm clubes de vocês? Vão querer entrar nos nossos também? Pera um pouquinho.<br />
<br />
- Mas isso é racismo.<br />
<br />
- Racismo coisa nenhuma! Racismo é quando a gente faz diferença entre as pessoas por causa da cor da pele, como nos Estados Unidos. É uma coisa completamente diferente. Nós estamos falando do crioléu começar a freqüentar clube de branco, assim sem mais nem menos. Nadar na mesma piscina e tudo.<br />
<br />
- Sim, mas...<br />
<br />
- Não senhor. Eu, por acaso, quero entrar nos clubes de vocês? Deus me livre.<br />
<br />
- Pois é, mas...<br />
<br />
- Não, tem paciência. Eu não faço diferença entre negro e branco, pra mim é tudo igual. Agora, eles lá e eu aqui. Quer dizer, há um limite.<br />
<br />
- Pois então. O ...<br />
<br />
- Você precisa aprender qual é o seu lugar, só isso.<br />
<br />
- Mas...<br />
<br />
- E digo mais. É por isso que não existe racismo no Brasil. Porque aqui o negro conhece o lugar dele.<br />
<br />
- É, mas...<br />
<br />
- E enquanto o negro conhecer o lugar dele, nunca vai haver racismo no Brasil. Está entendendo? Nunca. Aqui existe o diálogo.<br />
<br />
- Sim, mas...<br />
<br />
- E agora chega, você está ficando impertinente. Bate um samba aí que é isso que tu faz bem.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-33142600321860070482010-11-25T03:39:00.001-08:002010-11-27T14:31:04.668-08:00Declaração contra o Racismo em Defesa das Políticas de Ação Afirmativa<div style="text-align: justify;"><br />
<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Verdana','sans-serif'; font-size: 7.5pt;"></span></div><br />
<div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKrn_CXd8jufuZ7nWY3rpSKzDmMVu_4Tx5CobUreS8OhoOFDZVqQ3P3T6sJMbAYZI8TM_KROGnjYLEkPQiLef9f7Tze0N3dYYuhhxnBRDzNRBLRxLkn-bqtTSAB2GujHV4_lTGPp0kCl8/s1600/nao_ao_racismo.gif" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="213" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKrn_CXd8jufuZ7nWY3rpSKzDmMVu_4Tx5CobUreS8OhoOFDZVqQ3P3T6sJMbAYZI8TM_KROGnjYLEkPQiLef9f7Tze0N3dYYuhhxnBRDzNRBLRxLkn-bqtTSAB2GujHV4_lTGPp0kCl8/s320/nao_ao_racismo.gif" width="320" /></a></div><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">Encontram-se para análise e deliberação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania - CCJ do Senado Federal o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nr. 180 de 2008, de autoria da Deputada Nice Lobão com parecer favorável da relatora Senadora Serys Slhessarenko. O projeto dispõe sobre sistema de cotas para ingresso nas universidades federais e estaduais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio. Trata-se de um debate necessário, no qual a sociedade brasileira espera que o Senado tenha o discernimento necessário para reafirmar escolhas históricas que o Brasil começou e precisa continuar a fazer.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><a name='more'></a><br />
</div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">As cotas no acesso ao ensino superior começaram a ser implantadas no Brasil a partir de 2001, tendo a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) como a primeira universidade a implantar este sistema no seu exame vestibular. Desde então dezenas de outras universidades públicas e privadas alteraram seus exames seletivos para incorporar os critérios raciais - na maioria dos casos combinados com critérios de renda - no acesso à universidade, permitindo incorporar efetivamente um maior número de estudantes negros ao ensino superior.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">Em 2004 foi a vez de o governo federal dar início a um grande programa de inclusão de estudantes negros ao ensino superior, através da criação do PROUNI (Programa Universidade para Todos), que concede bolsas de estudo a alunos negros, indígenas e de menor renda - entre outros grupos - que ingressem em instituições de ensino superior privadas. O PROUNI representa de fato uma inclusão numérica significativa de estudantes que há algum tempo atrás talvez nem considerassem a possibilidade de ingressar no ensino superior.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">Levando em conta esta variedade de iniciativas de inclusão no ensino superior já existentes no país, já é possível falar de um programa de ação afirmativa que tem “cara brasileira”, criando seus próprios caminhos e se aperfeiçoando na medida em que é implantado. E que, acima de tudo, apresenta resultados, reduzindo as desigualdades no acesso ao ensino superior.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">É o bastante? Não, está longe de ser. Todos nós sabemos, por teoria ou prática, que a dificuldade dos estudantes negros ingressarem no ensino superior, principalmente nas universidades públicas, é resultado de um acúmulo de desvantagens que estes indivíduos tiveram ao longo de sua trajetória de vida e principalmente educacional. Portanto é essencial uma política de cotas para universidades públicas, ampliando o acesso ao ensino superior público a essa parcela historicamente excluída.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">Finalmente esta reflexão nos leva ao tema da persistência do racismo na sociedade brasileira e da suposta “racialização” que as políticas de ação afirmativa e em particular as cotas raciais estariam promovendo. Alguns dos críticos destas medidas afirmaram que “existe preconceito racial no Brasil, mas o Brasil não é uma nação racista”. É, pode ser. Mas não deixa de nos intrigar qual é a operação lógica possível que leva um país a não ser racista, embora tenha preconceito racial. Ou, inversamente, como as pesquisas de opinião costumam demonstrar, que seja um país racista sem racistas. Os exemplos que já existem de universidades que adotaram as cotas desmentem, na prática, a teoria de possível acirramento do racismo.</span></div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><br />
</div><div style="line-height: 150%; text-align: justify;"><span style="font-family: 'Arial','sans-serif';">Esta escolha histórica que hoje o Brasil faz - e que esperamos que o Senado ratifique - tem conseqüências importantes do ponto de vista da inclusão social e da ampliação de oportunidades. Trata-se de uma escolha que de forma nenhuma nega a nossa identidade nacional ou recusa a utopia da igualdade. Ao contrário: esta escolha permite que se caminhe em direção à utopia. Sem estas medidas, o Brasil continuará simplesmente reproduzindo suas desigualdades e aí sim, caminharemos em direção ao fracasso.</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin: 0cm 0cm 10pt;"><br />
</div><br />
</div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: 'Verdana','sans-serif'; font-size: 7.5pt;"><a href="http://www.sintese-se.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1949%3Adeclaracao-contra-o-racismo-em-defesa-das-politicas-de-acao-afirmativa&catid=78%3Amundo&Itemid=174">http://www.sintese-se.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1949%3Adeclaracao-contra-o-racismo-em-defesa-das-politicas-de-acao-afirmativa&catid=78%3Amundo&Itemid=174</a></span></div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-45483611000759520942010-11-25T03:14:00.000-08:002010-11-27T14:28:57.294-08:00ESCOLA SEM RACISMO, UMA UTOPIA<div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguoy52rYDYaDYS82aYDGGReAEXezEMw6bK67_kvShAGyJKagK5lfs4emGKdgTplBeOlC7_BDsqrxokxhxfVsqb-Ftni1eJPo9MkpdphcJinFhj5cgngA8vIEbWeIrYaBdG9kWYZixUEaA/s1600/escola.gif" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="200" ox="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguoy52rYDYaDYS82aYDGGReAEXezEMw6bK67_kvShAGyJKagK5lfs4emGKdgTplBeOlC7_BDsqrxokxhxfVsqb-Ftni1eJPo9MkpdphcJinFhj5cgngA8vIEbWeIrYaBdG9kWYZixUEaA/s200/escola.gif" width="196" /></a></div><div style="border-bottom: medium none; border-left: medium none; border-right: medium none; border-top: medium none; clear: left; cssfloat: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;">A questão educacional dos negros no Brasil transformou-se em questão de “luta”, visto que a própria história nos apresenta a falta de políticas educacionais governamentais.Então podemos dizer que a exclusão e o abandono educacional foram os pontos principais que contribuíram para a desigualdade e o racismo social.</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Desde o século XIX que a elite desejou reconstruir uma nova nação e implantou estratégias de desenvolvimento,dentre elas, a “instrução pública” em diversas províncias. O povo deveria aprender as letras, freqüentar escolas, mas, os africanos escravizados não teriam esse direito (aprender a ler e escrever).</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><a name='more'></a><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguoy52rYDYaDYS82aYDGGReAEXezEMw6bK67_kvShAGyJKagK5lfs4emGKdgTplBeOlC7_BDsqrxokxhxfVsqb-Ftni1eJPo9MkpdphcJinFhj5cgngA8vIEbWeIrYaBdG9kWYZixUEaA/s1600/escola.gif" imageanchor="1" style="clear: right; cssfloat: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div>A alguns escravos privilegiados cabia o direito – se pertencesse à fazenda de padres jesuítas – de seus filhos irem à escola para aprenderem a catequese e as primeiras letras, entretanto, não se podia desejar estudos de instrução média e superior.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Como dá pra perceber, a instrução era na verdade a “modelação moral” de acordo com as normas sociais.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A instrução estava direcionada para a sociedade, entretanto, negros não faziam parte de grupo social, logo, deveriam ficar excluídos. Cursos noturnos foram implantados, com o objetivo de preparar o cidadão para o trabalho (final do século XIX) para a moralidade, para a liberdade, para o progresso, etc.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">Foram muitos anos de exclusão e de dificuldades para que o negro resgatasse sua identidade. Nos tempos atuais, apesar do grande esforço das entidades negras e da Lei 10.639/03 – sancionada pelo Presidente Lula – que permite a quebra de paradigmas vinculados à escola, propiciando uma nova leitura didática dos professores sobre a identidade do negro e também possibilitando transformações de ações, valores, comportamentos, etc., a discriminação racial ainda se faz fortemente presente.</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">A resistência da escola particular e a falta de compromisso da escola pública para implantação da lei – morosidade e ações insignificantes em todo país – nos faz perceber que ainda está muito longe a utilização da escola como um espaço de articulação contra desigualdades e iniqüidades raciais. </div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"> <a href="http://www.overmundo.com.br/banco/proposta-para-debate-sera-a-escola-sem-racismo-uma-utopia">http://www.overmundo.com.br/banco/proposta-para-debate-sera-a-escola-sem-racismo-uma-utopia</a></div><div align="center" class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><br />
</div>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8553388348650879952.post-36681756527258248372010-11-25T03:07:00.000-08:002010-11-27T14:25:16.862-08:00Escolarização<ul><div style="text-align: justify;">No Brasil, levando-se em conta as <a href="javascript:taxas_escolarizacao()"><span style="color: black;">taxas de escolarização</span></a> por grupos de idade e cor, alguns aspectos chamam a atenção. </div><div style="text-align: justify;">Independente do grupo de cor e da região do país, pode-se dizer que praticamente toda a população de 7 a 14 anos de idade estava na escola em 2002. Porém, de uma maneira geral, as taxas de escolarização para os demais grupos de idade foram maiores para a população branca quando comparada à preta e parda. </div><div style="text-align: justify;">Ao se avaliar o nível de ensino freqüentado por pessoas com 15 anos ou mais de idade, fica mais evidente o grau de desigualdade de acordo com a cor.
<a name='more'></a></div><div style="text-align: justify;">Enquanto metade dos brancos com idade entre 15 e 24 anos estava cursando o ensino médio, a mesma proporção de pretos e pardos ainda cursava o nível fundamental. No nível superior essa desigualdade se repete: 21,7% dos brancos e 5,6% dos pretos e pardos cursam nível superior. </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;">Com o aumento das faixas etárias, as diferenças se acentuam ainda mais. Veja: </div><div style="text-align: justify;"></div><ul><li><div style="text-align: justify;">15 a 17 anos è 60% dos brancos e 36,3% dos pretos e pardos já haviam cursado o ensino médio </div></li>
<li><div style="text-align: justify;">18 a 19 anos è 23,9% dos brancos e 5,3% dos pretos e pardos cursavam o ensino superior </div></li>
<li><div style="text-align: justify;">20 a 24 anos è 57,2% dos brancos e 18,4% dos pretos e pardos cursavam o ensino superior </div></li>
</ul><div style="text-align: justify;"><b>Analfabetismo funcional</b> </div><div style="text-align: justify;">Em geral, as taxas de <a href="javascript:analfabeto_funcional()"><span style="color: black;">analfabetismo funcional</span></a> de pretos e pardos são maiores que as encontradas para os brancos. Para se ter idéia, na Paraíba e em Alagoas mais da metade da população de pretos e pardos tinha até três anos de estudo, em 2002. </div><div style="text-align: justify;">Veja no gráfico abaixo essas diferenças de acordo com as regiões metropolitanas do país: </div><div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><img src="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/imagens/grf_taxa_analfabetismo_funcional.gif" /></div><div style="text-align: justify;"></div></ul><ul><div style="text-align: justify;"><a href="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/consciencianegra/home.html"><img align="right" alt="Voltar" border="0" height="27" src="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/navegacao/butprevbranco.gif" width="27" /></a> </div></ul>Químicahttp://www.blogger.com/profile/13456010708850942453noreply@blogger.com0